[Leitura] Act 4, 8-12; 1 Jo 3, 1-2; Jo 10, 11-18

[Meditação] Já encontrámos, certamente, pessoas que se excedem em atos de generosidade, em casa ou no trabalho, não pondo limites à sua doação e estão sempre prontos a atender no que é preciso. Chegamo-nos a perguntar o que as fará assim tão fortes e incansáveis, corajosas, sem nunca desistir frente aos seus limites e aos dos que os rodeiam. Pensamos: “estas pessoas têm muita resiliência” e admiramo-las. Na verdade, sob um olhar inspirado pelo Evangelho deste IV Domingo da Páscoa, são pessoas que se consagraram a Deus, imitando o Bom Pastor que tem um amor sem limites, convivendo com as suas ovelhas, compreendendo as suas feridas e limites, e dando a vida por elas. Vemos espelhada essa figura do Bom Pastor (embora nem sempre quanto gostaríamos) quando estamos diante de um padre, um religioso, um pai… e também no feminino, uma religiosa, uma mãe, uma catequista, etc. Quando não vemos, damos conta que é urgente responder ao convite de rezar pelas vocações.Hoje, sim, é dia de rezar pelas vocações. E rezamos a sério quando essa oração se prolonga pelos dias seguintes, na esperança de que o rosto do Bom Pastor seja visto por aí nalgum consagrado ou consagrada que já existe ou que existirá em quem escutar e responder ao chamamento. Qualquer filho de Deus, que é uma honra descobrir sê-lo e querê-lo pelo Batismo, está capaz de acolher um chamamento especial a colocar a sua vida ao serviço da humanidade. Crescer na vocação é uma das formas mais extraordinárias de percorrer o caminho de descobrir a nossa semelhança com Deus a partir dessa filiação divina. Para isso, como nos escreve o papa Francisco nesta ocasião, precisamos de fazer um “êxodo”, saindo de nós mesmos ao encontro do que Ele sabe que podemos fazer em favor da humanidade. Sem esta “saída” de nós mesmos, nunca chegaremos a ser, nem sequer, missionários numa Igreja que se declara essencialmente missionária (mesmo, até, dentro de fronteiras, quanto mais fora!).

“É em nome de Jesus” que podemos realizar maravilhas, como Pedro, sem ter medo de afrontarmos tribulações diante dos que não acreditam nem aceitam o benefício de tais milagres. As pedras, hoje, rejeitadas hão de tornar-se angulares na construção do Reino de Deus, mesmo que os que constroem esta sociedade não as queiram integrar no seu projeto perecível. Saiamos de nós mesmos e em comunidade; na dispersão, Jesus sabe onde colocar-nos como “pedras vivas” que hão de dar casa para proteção e alento dos que precisam.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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