S. Marcos e o Evangelho do Seguimento

[Leitura] 1 Pedro 5, 5b-14; Mc 16, 15-20

[Meditação] A vida cristã e as experiências espirituais que nela se sintetizam parecem, há muito, ter-se cristalizado em tradições e múltiplas formas de tentar traduzir o que os Apóstolos nos transmitiram, com os acrescentos próprios da cultura de todos os tempos e lugares. Umas vezes, percebeu-se um refrescar da espiritualidade; outras vezes, uma erosão prejudicial. Marcos, que fora companheiro de Barnabé e de Paulo e seguidor de Pedro, apresenta-nos uma versão do Evangelho que é, precisamente, fruto de uma experiência original, recebida em primeira mão. É o evangelista do caminho e o mais capaz de nos ajudar a ser uma Igreja “em saída”, como nos sugere o atual Papa.Marcos recolheu, certamente, todo o “sumo” da sua experiência com Pedro, de quem acolheu tudo como se fosse filho, e foi escrevendo as páginas do Evangelho que partilha connosco. Certamente que o seu caminho foi tecido de humildade e de confiança em Deus, entrelaçada com a relação filial com aquele Apóstolo. Deste modo, o Evangelho foi transmitido em “estafeta” de relações filiais, embrulhado de saudações e enviado por “asas” de paz.

No meio da confusão pedagógica em que vivemos, com mil e uma propostas de educação cristã, será que poderíamos voltar a propor a essencialidade do caminho como dinamismo fundamental do seguimento de Cristo? Na pastoral em geral e na dos jovens em particular, não poucas vezes, secundamos o acompanhamento com muitas atividades, em vez de “primeiriarmos” o seu crescimento com uma proposta radical de seguimento de Jesus Cristo. Na partilha que faz da sua experiência, Marcos não perde tempo nem letras: propõe um caminho, narrando a essencial consequência batismal “Ide por todo o mundo…”. A consequência direta é a confirmação da Palavra através dos milagres que a acompanham, prova de que Jesus é o Caminho!

ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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