Seguir o Ressuscitado, um trabalho simbólico
[Leitura] Act 6, 8-15; Jo 6, 22-29
[Meditação] Quem já gastou algum tempo a construir puzzles sabe muito bem o desafio que é procurar as peças adequadas e ir juntando as mesmas para conseguir o resultado previsto ou desejado. Um trabalho simbólico serve não só para se juntarem “peças” da própria vida em vista a uma identidade mais sólida, mas também para ligar essa identidade com uma missão concreta, requerida pelas emergências do temo e do contexto em que se vive. No Evangelho de hoje, Jesus, a quem O procurava por motivos egoístas, oferece uma “peça” de “puzzle” que é “o alimento que não se perde” e que liga com a vida eterna. Estaremos, nós, conscientes que os dados da fé que nos têm vindo a ser oferecidos em contexto da Liturgia necessitam de ser ligados à realidade da vida, onde há sinais que se ligam com o que o Ressuscitado nos vai dizendo pelo Seu Espírito? Esta força não é para se desperdiçar, mas para ligar a “água” do Batismo (às vezes “sangue”!) a fazer “cimento” para que se construam pontes para a Vida.
Na origem, o símbolo era um sinal de reconhecimento. Tratava-se de um objecto dividido ao meio do qual dois amigos guardavam, cada um, a sua metade para deixar em herança, de forma que ao recolher as duas partes os próprios descendentes pudessem verificar a amizade dos seus antepassados. Aquela foi uma divisão em função da aliança, uma laceração em função de uma unidade, um trabalho gerador de vida, porque destinado a um “mais” de significado. Lembremo-nos que a primeira acção criadora de Deus foi separadora (cf. Génesis cap. 1), separação que terá como consequência a diferenciação e a unidade, mais expressiva na acção de Jesus.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo