Para preencher os (túmulos) vazios… o Encontro
[Leitura] Act 2, 36-41; Jo 20, 11-18
[Meditação] É frequente, depois de grandes perdas, o nosso coração sentir-se trespassado, sobretudo se nos sentimos diretamente implicados ou, de alguma maneira, relacionados. E ficamos a “chorar” diante dos vazios causados… fazendo perguntas sem resposta. É nestas horas que se impõe a dinâmica do Encontro, não com o que se perdeu, mas com o que se apresenta como novidade. É preciso fazer a experiência de encontro com o Ressuscitado, para não ficarmos indefinidamente a lamentar o vazio notado, tantas vezes, pela falta da experiência sensível da experiência da fé.Jesus disse a Maria “não me detenhas”, quer dizer: não te encontrarás mais com aquele corpo sensível que eu tinha; passarás a relacionar-te comigo de uma outra forma; vai dizer aos outros discípulos que vão para a Galileia, lá me vereis. Galileia representa o “lugar” em que os discípulos de Jesus se podem ver livres do cativeiro (já era lá que Jesus Se refugiava, de vez em quando, dos judeus!).
Em todas as experiências de perda é necessário fazer a “elaboração do luto”. Garante o P. ANSELM GRÜN (As oito bem-aventuranças − Caminho para uma vida bem conseguida) que, sem essa elaboração, surgem conflitos neuróticos que acabam por se manifestar por diversos sintomas; para o amadurecimento pessoal é preciso dar passos de possibilidades não realizadas para outras possibilidades. Todas as vezes que nos decidimos por uma coisa, temos de fazer luto por outras que não podemos fazer.
Se Jesus ficasse sensivelmente presente nesta terra, não teria podido subir para o seu Pai e nosso Pai, de modo a nos ser enviado o Espírito Consolador. Ele teve de fazer esta opção para o nosso bem. Maria quereria ver o Senhor, nem que fosse morto, mas Ele apresenta-Se-lhe vivo, mas de uma outra forma não decidida por ela, uma forma mais eficaz. Dizer “Vi o Senhor!” é fruto de um Encontro pós-Ressurreição e não, meramente, um regresso aos conteúdos vida física de Jesus (palavras e gestos). Hoje, Ele continua a fazer em nós maravilhas, pelo Espírito que Ele e o Pai nos enviaram. Peçamos o dom da fé!
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo