Pleno cumprimento: tomada de posse de uma nova terra

[Leitura] Deut 4, 1.5-9; Mt 5, 17-19

[Meditação] Os humanos negoceiam bens e fazem parcerias a partir da assinatura de contratos legais (contrato de promessa de compra e venda, de compra e venda, de arrendamento, de comodato, etc.) e sabem, com base nas leis subjacentes, aquilo a que estão obrigados a cumprir, assim como o que têm a ganhar. “A Lei e os Profetas” foram um testamento que nos levou a ser Povo de Deus e que Jesus quis ainda valorizar, levando-o a um mais pleno cumprimento. O Antigo Testamento já contém, ocultas, as sementes do Verbo; o Novo Testamento é a terra nova que faz germinar essas sementes. A Sagrada Escritura é uma espécie de “ata” de tomada de posse que, ao longo dos tempos, os dois “outorgantes” − Deus e a Humanidade − foram “redigindo” e “assinando” de comum acordo; Deus redigindo, o homem acolhendo as clausulas e interagindo com o “Dono” da terra nova.

A Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus é o definitivo “contrato” em que o Primeiro Outorgante cumpriu tudo o que estava escrito (Lei e os Profetas), dando tempo e espaço para que o que quiser habitar nessa nova terra − Segundo Outorgante − possa, também, aceitar tomar posse dessa nova e plena forma de viver. Tomar posse de uma nova terra é habitar num “planeta” onde se dá a vida pelos outros. Aqui reside a plenitude da lei e o cumprimento da mesma. Jesus chegou a esta plenitude e quer que façamos páscoa para a mesma. Não se trata de um mero cumprimento, mas um completar, vivendo a finalidade para a qual Deus orientou todas as “cláusulas” do seu projeto. Não as levar a sério seria colocarmo-nos no caminho da regressão. “Assinarmos” o seu projeto é darmos a nossa parte de creatividade para o desenvolvimento do mesmo. A “Lei e os Profetas” sem Jesus seria incompletos, porque desprovidos de sentido e da possibilidade de servirem uma finalidade: a do Reino. Jesus “acorda” as sementes adormecidas. N’Ele, também todos temos a possibilidade de acordar em nós a Vida escondida e a precisar de ser vivida e partilhada.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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