Aceitar uma “pequena” voz para uma grande cura
[Leitura] 2Reis 5, 1-15a; Lc 4, 24-30
[Meditação] Dar consideração às pessoas simples e a gestos simples, é o que soluciona o grave problema de Naamã. Mas não foi fácil… Por vezes procuramos grandes soluções para o nosso desenvolvimento pessoal e para a cura dos nossos pequenos e grandes males. Mas, muitas vezes, isso tudo está quase ao lado. É preciso ter olhar de criança, coração humilde e coragem de leão.É belo como foi a “dica” daquela menina escrava que os sírios tinham levado para Israel que levou a mulher de Naamã a convencer este de que havia na Samaria um profeta que o poderia ajudar. A alta consideração que Naamã tinha do seu soberano pelos feitos adquiridos como general do seu exército (ajudou a conquistar a Síria!) é semelhante à altitude da cidade de Nazaré que Jesus revisitou. Nem sempre é fácil usar a humana consideração (respeito humano) para se pedir a uma pessoa simples uma solução para um problema grande; habitualmente, os que se consideram “grandes” pensam ou têm a certeza de que têm a solução “de mérito” para tudo. Quando são confrontados com uma cura que vem “de baixo”, da indicação de uma pessoa humilde e da realização de gestos quase banais, ficam indignados − talvez, não porque a cura esteja de forma simples debaixo dos seus olhos, mas porque ela não tenha sido conseguida pelos seus próprios méritos e esforços, como os que usaram para conseguir conquistas e altitudes. Tal Naamã, tal Nazaré, tal cada um de nós, quando o milagre nos é oferecido à porta de casa ou nos arredores e… nada, má vontade!
O nosso Deus manda-nos, e ainda mais por Jesus Cristo, fazer coisas simples e não ações fora do nosso alcance. Porquê, por vezes, procurarmos uma cura difícil? Para ficarmos com algum mérito?! Demora mais e corremos o risco de andar de “médico” em “médico” e não encontrarmos a verdadeira cura. A cidade de Nazaré não quer perder o mérito da “colina” em que está edificada, não querendo perder essa “altitude” como “a maior”, tentando precipitar Jesus, um dos seus autóctones mais nobres, pelo penhasco da colina abaixo. Agora, Nazaré, depois… Jerusalém. Sempre o mesmo! Quando teremos o olhar de uma criança escrava e um coração de um profeta corajoso, para entendermos a sabedoria de Deus e aceitarmos a sua graça?
Talvez a história se esteja a repetir com o que os jihadistas estão a fazer às crianças crisãs e as propostas do Papa Francisco… Deus nos valha, nesta hora de “leprosas” convulsões.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo