Da inveja-cisterna vazia a um Reino-lagar cheio de frutos

[Leitura] Gen 37, 3-4. 12-13a. 17b-28; Mt 21, 33-43. 45-46

[Meditação] Nas leituras deste dia, é muito fácil ver prefigurada a história de Jesus, sobretudo no que toca aos acontecimentos que se aproximam da sua paixão e morte. Nestes textos, estão patentes a recusa que os homens fazem do que é preferido e enviado do Pai (José, prferido e enviado por Jacob para junto dos irmãos, e Jesus, o Filho muito amado enviado pelo Pai). O que está em causa nesta preferência-envio?

Está em causa o bem dos destinatários: os irmãos de José e toda humanidade dos irmãos de Jesus Cristo. No entanto, estes preferidos do Pai não foram recebidos pelo lado melhor. Percebidos como valiosos, foram objeto de aproveitamento material: uns vendendo o irmão e outros matando o filho. Consequência: cisterna vazia do irmão para uns (apesar das vinte moedas) e lagar cheio do sangue de Cristo para outros. O Pai, apesar de tudo, tirará proveito desta desavença.

A cisterna pode significar a inveja vazia de fraternidade. Cada vez que invejamos os outros pelo que são ou pelo que têm, a nossa “cisterna” fica vazia de amor fraterno. Não pensamos que o que os irmãos são ou têm para partilhar, se não o aproveitarmos (no sentido do acolhimento desses dons), eles irão fazer bem a outro lado. Alguém o aproveitará. Foi o que Deus fez com o sangue derramado do Seu muito amado Filho; não o iria desperdiçar: iria servi-Lo como fruto para a salvação de muitos. Aqueles que cooperarem com a edificação do “lagar” que tem esta pedra angular, já fazem parte do Reino que nos está preparado e de onde o Pai nos vai servindo os dons sublimes que, pelo seu Filho, no Espírito, Ele nos preparou.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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