Jejum, sem Palavra, não!
[Leitura] Is 58, 1-9a; Mt 9, 14-15
[Meditação] Jejum sem Palavra é como pão sem fermento, mortificação sem justiça, sofrimento sem sentido, sacrifício sem objetivo, vida sem alegria, caminho sem meta, cruz sem glória…Podem privar-nos do pão, mas nunca da Palavra de Deus, pois esta é o “fermento” essencial para que possamos fazer crescer esforços diários contra a injustiça.
Por outro lado, Deus deve estar farto (embora paciente) nas nossas “piedades” sem consequências, mera “estética” de uma “obesidade” espiritual autoreguladora da sobrevivência individual. Daí a globalização da indiferença de que o Papa Francisco nos adverte. Não admira que ao oriente não estão a faltar atos de solidariedade que façamm chegar roupa: à sua oração responde Deus solícito para com os pais pobres.
A quaresma não é tempo para euforias (sobretudo quando há tanta gente a sofrer sem o mínimo), mas tambem não é tempo para tristezas. Estas são ineficazes, porque voltam-nos a atanção para o “umbigo”, em vez de torcer o nosso olhar para a realidade dos outros. Não podemos, nunca, jejuar da Palavra, nem que para tal seja necessário jejuarmos do pão efémero. Na verdade, a falta deste faz-nos recorrer ao alimento perene que nunca faltou a ninguém, a não ser que se lhe queira fechar os ouvidos do coração endurecido.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo