Formação Inicial e Formação Permanente I – chave diacrónica
ao Sacerdócio: Formação Inicial, de base, fundamental (=FI);no Sacerdócio: Formação Permanente, contínua (=FP).
Neste pequeno post temos somente a breve possibilidade de fazer notar como entre a FI e a FP se requeira, juntamente com a respeitosa distinção das diferenças específicas, uma integração para salvaguardar a unidade da pessoa humana através do factor “tempo”. Ambas (FI e FP) convergem no facto de serem tempo de maturação, de crescimento, de aprofundamento. Porém, divergem quanto ao modo no qual se realizam como tempo de prova e discernimento: para o candidato ao sacerdócio, o tempo de formação, para além de ser tempo de uma primeira aquisição dos valores sacerdotais, é tempo de discernimento também em relação ao “será que é?” e não só acerca do “como será?”.
O candidato ao sacerdócio, ao menos nos primeiros anos do Seminário, deve verificar em profundidade se se sente verdadeiramente chamado pelo Senhor ao sacerdócio ministerial, e os seus formadores, por sua parte, devem “escrutinar” e avaliar a autenticidade da sua vocação: do confronto e da integração entre os dois tipos de discernimento, num clima de diálogo corresponsável e mútua confiança entre formador e candidato, resulta e desenvolve-se o discernimento conclusivo do Bispo para a admissão às Ordens.
Uma vez que o candidato recebe o Sacramento da Ordem,a ninguém, nem ao próprio, nem aos seus superiores, é lícito pôr em questão a sua vocação, a menos que surgissem dúvidas muito fundamentadas sobre a própria validade do Sacramento. Nem mesmo a ilicitude ou uma aproximação imprudente da parte do candidato ou da autoridade que o admitiu às Ordens pode justificar um discernimento por parte do padre sobre a existência do seu chamamento ao sacerdócio. Contudo, poderá ser sempre prudente, não só no período da FI, mas também depois da Ordenação, até à morte, o discernimento acerca do modo de actuar e viver em concreto a própria vocação ao sacerdócio (FP).
MAURIZIO COSTA, 260-262